Aula 17.1 Questões Discursivas sobre Eletronegatividade – Nível Hardcore

Introdução

Nesta abordagem, com dez questões discursivas sobre eletronegatividade, incluímos três questões ao final, de elevadíssimo nível, para quem busca um preparo mais sinistro.
Ressaltamos que as respostas são uma linha geral, principalmente, quando utilizamos “Analise”, “Explique” ou “Discuta”. Devido à taxionomia, analisar envolve uma gama de fatores internos com relação à manipulação do conhecimento próprio e correlacionados.

Questões Discursivas sobre Eletronegatividade

Questões discursivas sobre eletronegatividade

Questão 1

Explique como a eletronegatividade influencia a formação de diferentes tipos de ligações químicas e discuta como essa propriedade pode determinar a polaridade de uma molécula. Em sua resposta, inclua exemplos específicos que demonstrem a variação de eletronegatividade entre elementos e a formação de ligações iônicas, covalentes polares e covalentes apolares.

Questão 2

Discuta como a eletronegatividade pode influenciar as propriedades físicas de um composto, como ponto de fusão e ebulição, usando exemplos de compostos iônicos e moleculares. Inclua uma análise de como as forças intermoleculares variam com a eletronegatividade.

Questão 3

Analise a influência da eletronegatividade na acidez e basicidade de compostos químicos, utilizando exemplos de ácidos e bases fortes e fracas. Explique como a eletronegatividade dos átomos ligados ao hidrogênio afeta a força de um ácido.

Questão 4

Explique como a eletronegatividade afeta a solubilidade de compostos em diferentes solventes, utilizando como exemplo a solubilidade de compostos iônicos e moleculares em água em relação aos solventes orgânicos.

Questão 5

Compare e contraste a eletronegatividade dos elementos de transição com os elementos dos blocos s e p da tabela periódica, discutindo como a estrutura eletrônica dos subníveis d influencia a eletronegatividade desses elementos.

Questão 6

Descreva como a eletronegatividade afeta a acidez dos ácidos oxigenados e explique por que ácidos como o ácido sulfúrico (H₂SO₄) são considerados fortes em comparação com ácidos como o ácido hipocloroso (HClO).

Questão 7

Analise como a eletronegatividade dos elementos em uma molécula afeta a estabilidade de ânions e cátions resultantes da ionização, utilizando como exemplos íons como F⁻, Cl⁻, e OH⁻ para ânions e H⁺, Na⁺, e K⁺ para cátions.

Questões discursivas sobre eletronegatividade – nível hardcore

Questão 8

A eletronegatividade, além de influenciar a formação de ligações, pode também afetar a geometria molecular e a distribuição eletrônica em compostos complexos. Analise como a eletronegatividade dos átomos centrais e periféricos pode influenciar a geometria molecular em moléculas como SF₄ (tetrafluoreto de enxofre) e XeF₄ (tetrafluoreto de xenônio), abordando o papel da repulsão entre pares de elétrons.

Questão 9

Em compostos de coordenação, a eletronegatividade dos ligantes pode influenciar significativamente a estabilidade do complexo e suas propriedades espectroscópicas. Discuta como a variação da eletronegatividade dos ligantes afeta a estabilidade dos complexos de metais de transição e sua absorção de luz visível, usando exemplos como [Fe(CN)₆]³⁻ e [Fe(H₂O)₆]³⁺.

Questão 10

A eletronegatividade não é uma propriedade constante, mas pode ser influenciada por fatores como o estado de oxidação do átomo e a natureza do ambiente químico. Explore como o estado de oxidação de um elemento influencia sua eletronegatividade e, consequentemente, sua capacidade de formar compostos iônicos em relação aos covalentes, utilizando exemplos como MnO₄⁻ (permanganato) e Mn²⁺ (íon manganês).

Respostas das questões discursivas sobre eletronegatividade

Questões Discursivas sobre Eletronegatividade

Resposta questão 1.

A eletronegatividade, definida como a capacidade de um átomo de atrair elétrons em uma ligação química, é um fator determinante na formação de diferentes tipos de ligações químicas. Quando dois átomos com uma grande diferença de eletronegatividade se ligam, o átomo mais eletronegativo atrai os elétrons de ligação com mais força, resultando na formação de uma ligação iônica. Um exemplo clássico é a ligação entre sódio (Na) e cloro (Cl) para formar o cloreto de sódio (NaCl), onde o cloro, com uma eletronegatividade de 3,0, atrai o elétron do sódio (eletronegatividade de 0,9), criando íons Na⁺ e Cl⁻.
Por outro lado, quando a diferença de eletronegatividade entre os átomos é menor, a ligação formada é covalente, onde os elétrons são compartilhados. Se a diferença de eletronegatividade for significativa, mas não suficiente para a formação de íons, a ligação será covalente polar, como na molécula de água (H₂O), onde o oxigênio (eletronegatividade de 3,5) atrai os elétrons dos hidrogênios (eletronegatividade de 2,1) de maneira desigual, resultando em uma molécula polar.

Finalmente, quando os átomos possuem eletronegatividades muito próximas, como na molécula de hidrogênio (H₂), eles formam uma ligação covalente apolar, pois compartilham os elétrons de maneira igual. Assim, a eletronegatividade não só define o tipo de ligação, mas também influencia diretamente a polaridade de uma molécula, crucial para propriedades físicas e químicas, como solubilidade e reatividade.

Resposta Questão 2.

A eletronegatividade afeta diretamente as propriedades físicas de um composto, como ponto de fusão e ebulição, ao influenciar a força das ligações intramoleculares e as interações intermoleculares. Em compostos iônicos, como o cloreto de sódio (NaCl), a alta diferença de eletronegatividade entre sódio e cloro resulta em uma forte atração eletrostática entre os íons, gerando um composto com elevado ponto de fusão e ebulição. As forças intermoleculares nesse caso são as ligações iônicas, que requerem uma quantidade substancial de energia para serem rompidas.

Em compostos moleculares, a eletronegatividade determina o tipo de ligação covalente (polar ou apolar) e, consequentemente, o tipo de força intermolecular predominante. Em moléculas polares, como a água (H₂O), a alta eletronegatividade do oxigênio em comparação ao hidrogênio cria dipolos elétricos resultando em fortes interações dipolo-dipolo e ligações de hidrogênio. Essas forças intermoleculares conferem à água seu alto ponto de ebulição em comparação com outras moléculas de tamanho similar, como o metano (CH₄), que é apolar e possui apenas forças de London (ou dispersão) muito mais fracas.
Importante destacar que no caso da água, as ligações tipo hidrogênio são responsáveis pelo alto ponto de fusão e ebulição da água.

Portanto, compostos com átomos de alta eletronegatividade tendem a ter pontos de fusão e ebulição mais elevados devido às fortes interações intermoleculares, resultando da desigualdade na distribuição de carga elétrica. Essa diferença nas forças intermoleculares explica por que substâncias como o gelo seco (CO₂ sólido) sublimam a baixas temperaturas, enquanto substâncias como o sal de cozinha (NaCl) requerem temperaturas muito mais altas para fusão ou ebulição.

Resposta questão 3

A eletronegatividade é um fator crucial na determinação da acidez e basicidade de compostos químicos, ao influenciar a capacidade de um composto em doar ou aceitar prótons (H⁺). Em ácidos, a força ácida está diretamente relacionada à facilidade com que o composto pode liberar um próton. Ácidos fortes, como o ácido clorídrico (HCl), apresentam um átomo de hidrogênio ligado a um átomo de cloro, que possui alta eletronegatividade. Essa alta eletronegatividade atrai fortemente os elétrons na ligação H-Cl, tornando o próton (H⁺) mais fácil de ser liberado, resultando em um ácido forte.

Em contrapartida, ácidos fracos, como o ácido acético (CH₃COOH), possuem um grupo carboxila onde o oxigênio é o átomo eletronegativo. Embora o oxigênio atraia elétrons, a presença de outros átomos menos eletronegativos no grupo funcional diminui a facilidade com que o próton é liberado, tornando o ácido mais fraco em comparação ao HCl.

Nas bases, a eletronegatividade influencia a capacidade da substância de aceitar prótons. Bases fortes, como o hidróxido de sódio (NaOH), possuem um íon hidróxido (OH⁻), onde o oxigênio altamente eletronegativo atrai fortemente prótons. Já em bases fracas, como a amônia (NH₃), o nitrogênio possui menor eletronegatividade em comparação ao oxigênio, tornando a amônia menos eficiente em aceitar prótons, resultando em uma base mais fraca.

Assim, a eletronegatividade afeta a distribuição de carga nos ácidos e bases, determinando a força dessas substâncias. Átomos com alta eletronegatividade tendem a formar ácidos e bases mais fortes devido à maior polarização das ligações e à capacidade de estabilizar íons conjugados após a doação ou aceitação de prótons.

Resposta questão 4

Questões discursivas sobre eletronegatividade 4. A solubilidade de compostos químicos em diferentes solventes está intrinsecamente ligada à eletronegatividade dos átomos presentes nas moléculas. A regra geral “semelhante dissolve semelhante” é uma consequência direta das interações entre moléculas com eletronegatividades comparáveis.
Compostos iônicos, como o cloreto de sódio (NaCl), são altamente solúveis em água devido à sua natureza polar e à elevada eletronegatividade do oxigênio nas moléculas de água. As moléculas de água, sendo polares, podem interagir fortemente com os íons Na⁺ e Cl⁻, estabilizando-os na solução. A água, portanto, é um solvente eficaz para substâncias iônicas, pois a diferença de eletronegatividade entre o hidrogênio e o oxigênio cria um dipolo que pode cercar e dissociar íons na rede cristalina.

Por outro lado, compostos moleculares apolares, como o hexano (C₆H₁₄), possuem átomos com eletronegatividades muito próximas, resultando em uma baixa polaridade. Tais compostos tendem a ser solúveis em solventes orgânicos apolares, como benzeno ou éter, onde as interações de dispersão de London são predominantes. Essas interações fracas são suficientes para dissolver compostos apolares, mas não são eficazes para dissociar compostos iônicos, que dependem de interações iônicas mais fortes.
Portanto, a eletronegatividade é fundamental para determinar a solubilidade de um composto, ao influenciar as forças intermoleculares que ocorrem entre o soluto e o solvente. Compostos polares e iônicos dissolvem-se melhor em solventes polares, como a água, devido às fortes interações dipolo-dipolo e ligações de hidrogênio, enquanto compostos apolares se dissolvem em solventes apolares por meio de interações de dispersão.

Resposta questão 5

A presença dos subníveis d parcialmente preenchidos influencia significativamente a eletronegatividade dos elementos de transição, em comparação aos elementos dos blocos s e p. Nos elementos dos blocos s e p, a eletronegatividade tende a aumentar de maneira mais previsível ao longo de um período, à medida que o número de prótons no núcleo aumenta, puxando os elétrons de valência mais próximos ao núcleo e aumentando a atração nuclear efetiva.

Nos elementos de transição, no entanto, a presença dos subníveis d adiciona uma camada de complexidade. Os elétrons d não participam diretamente das ligações químicas principais (que geralmente envolvem elétrons s e p), mas exercem um efeito de blindagem sobre os elétrons de valência, reduzindo a atração nuclear efetiva que o núcleo exerce sobre esses elétrons. Essa blindagem é relativamente ineficaz, o que faz com que os elementos de transição tenham uma eletronegatividade que não segue uma tendência linear como nos blocos s e p.

Por exemplo, o ferro (Fe), que possui uma configuração eletrônica [Ar] 3d⁶ 4s², tem uma eletronegatividade menor do que o cloro (Cl), que não possui subníveis d preenchidos. Além disso, os elementos de transição frequentemente exibem múltiplos estados de oxidação, o que também influencia sua eletronegatividade, dependendo do número de elétrons d envolvidos nas ligações.

Em resumo, a eletronegatividade dos elementos de transição é mais difícil de prever devido ao impacto dos subníveis d. Esses subníveis reduzem a atração nuclear efetiva e resultam em uma eletronegatividade que não aumenta de maneira tão linear quanto nos elementos dos blocos s e p. A presença de múltiplos estados de oxidação também contribui para a complexidade da eletronegatividade nesses elementos.

Resposta questão 6

A eletronegatividade dos átomos ligados ao hidrogênio em ácidos oxigenados (ácidos que contêm oxigênio) desempenha um papel fundamental na determinação da força do ácido. Em ácidos oxigenados, como o ácido sulfúrico (H₂SO₄) e o ácido hipocloroso (HClO), a presença de átomos altamente eletronegativos, como o oxigênio, influencia a capacidade do ácido de liberar prótons (H⁺) na solução.
Consideram o ácido sulfúrico um ácido forte porque, em sua estrutura, o enxofre liga-se a oxigênios altamente eletronegativos. Esses oxigênios retiram densidade eletrônica do enxofre por meio de efeitos indutivos e de ressonância, tornando a ligação O-H mais polar e facilitando a liberação do próton. Isso significa que, quando o H₂SO₄ é dissolvido em água, ele ioniza completamente, liberando H⁺, contribuindo para sua forte acidez.

Por outro lado, o ácido hipocloroso é um ácido mais fraco, apesar de também conter oxigênio. Isso ocorre porque o cloro, embora eletronegativo, não consegue retirar densidade eletrônica da mesma maneira que o enxofre em H₂SO₄. Além disso, HClO não tem o mesmo efeito de ressonância estabilizadora que o H₂SO₄, o que significa que a liberação do próton H⁺ é menos favorável. Como resultado, o ácido hipocloroso ioniza apenas parcialmente em solução, resultando em uma acidez menor em comparação ao ácido sulfúrico.

Em suma, a eletronegatividade dos átomos ligados ao hidrogênio em ácidos oxigenados determina a polaridade da ligação O-H e, por extensão, a força do ácido. Ácidos como o H₂SO₄, que possuem ligações O-H altamente polarizadas devido à eletronegatividade do enxofre e oxigênio, são ácidos fortes. Enquanto ácidos como o HClO, com menos polarização na ligação O-H, são mais fracos.

Questões Discursivas sobre Eletronegatividade

Resposta questão 7

Questões discursivas sobre eletronegatividade 7. A eletronegatividade de um elemento é um fator-chave na estabilidade de íons, particularmente ânions e cátions formados pela ionização. Ânions, íons com carga negativa, resultam da adição de elétrons a um átomo. A estabilidade de um ânion está fortemente ligada à eletronegatividade do átomo que o forma; quanto mais eletronegativo o átomo, mais estável será o ânion formado.

Por exemplo, o íon fluoreto (F⁻) é extremamente estável porque o flúor tem a maior eletronegatividade de todos os elementos (4,0 na escala de Pauling). A alta eletronegatividade do flúor significa que ele atrai fortemente os elétrons adicionais, estabilizando o ânion. De maneira semelhante, o cloreto (Cl⁻) também é um ânion estável devido à alta eletronegatividade do cloro (3,0). No entanto, o íon hidróxido (OH⁻) é menos estável comparado a F⁻ e Cl⁻. Porque o oxigênio tem uma eletronegatividade menor (3,5), o que ainda resulta em um ânion estável, mas menos comparado aos haletos.

Para os cátions, íons com carga positiva, a estabilidade é inversamente proporcional à eletronegatividade do elemento. Cátions como H⁺, que não têm elétrons remanescentes, são altamente reativos e não existem em solução isoladamente, mas sim como prótons associados a moléculas de água (H₃O⁺). Por outro lado, cátions como Na⁺ e K⁺, formados a partir de metais alcalinos com baixa eletronegatividade (0,9 e 0,8, respectivamente), são mais estáveis porque a perda do elétron deixa uma configuração eletrônica mais próxima de um gás nobre, o que é energeticamente favorável.

Em resumo, a eletronegatividade do elemento original influencia fortemente a estabilidade dos íons resultantes. Átomos altamente eletronegativos formam ânions mais estáveis devido à atração eficiente dos elétrons adicionais. Em contraste, átomos de baixa eletronegatividade formam cátions estáveis devido à liberação eficiente de elétrons, o que os aproxima da configuração estável de um gás nobre.

Respostas das questões discursivas sobre eletronegatividade – nível hardcore

Resposta questão 8

Questões discursivas sobre eletronegatividade 8. A eletronegatividade desempenha um papel importantíssimo na determinação da geometria molecular. Influenciando a distribuição eletrônica ao redor do átomo central e, consequentemente, a forma da molécula. No caso do SF₄ (tetrafluoreto de enxofre), o enxofre (S), sendo menos eletronegativo (2,5) do que os átomos de flúor (F) (4,0), serve como o átomo central em torno do qual os átomos de flúor estão organizados. A geometria do SF₄ é baseada em uma bipirâmide trigonal distorcida, conhecida como “balanço”. A distorção ocorre porque um dos pares de elétrons não ligantes (lone pairs) do enxofre ocupa uma posição equatorial. Com isso, minimizando a repulsão entre os pares de elétrons ligantes e não ligantes. A alta eletronegatividade do flúor atrai os elétrons das ligações S-F, tornando os pares ligantes mais próximos do flúor. Contribuindo para a geometria assimétrica da molécula.

Por outro lado, no XeF₄ (tetrafluoreto de xenônio), o xenônio (Xe), um gás nobre com eletronegatividade relativamente baixa (2,6), está no centro da molécula. O XeF₄ apresenta uma geometria molecular quadrado planar, resultado da repulsão mínima entre os pares de elétrons ligantes e não ligantes. O xenônio possui dois pares de elétrons não ligantes. Que ocupam posições opostas no mesmo plano, enquanto os quatro átomos de flúor se posicionam nos vértices de um quadrado. A alta eletronegatividade do flúor puxa os elétrons das ligações em direção a si. Contudo, a simetria do arranjo dos pares de elétrons ao redor do xenônio leva a uma geometria estável e minimiza a repulsão entre os pares não ligantes.

Portanto, a eletronegatividade afeta a geometria molecular ao influenciar a distribuição dos pares de elétrons ao redor do átomo central. Enquanto SF₄ possui uma geometria distorcida devido à assimetria na distribuição dos pares de elétrons, XeF₄ exibe uma geometria mais simétrica e estável.

Resposta questão 9

Questões discursivas sobre eletronegatividade 9. Nos compostos de coordenação, a eletronegatividade dos ligantes é um fator determinante tanto para a estabilidade do complexo quanto para suas propriedades espectroscópicas. Ligantes mais eletronegativos tendem a retirar densidade eletrônica do átomo central. Aumentando a separação dos níveis de energia dos orbitais d (conhecida como divisão do campo cristalino, Δ₀), o que pode afetar a estabilidade do complexo e a absorção de luz.

No complexo [Fe(CN)₆]³⁻, o ligante cianeto (CN⁻) é altamente eletronegativo e possui um forte campo ligante. Isso significa que ele provoca uma grande separação entre os orbitais d no átomo de ferro (Fe³⁺), resultando em um maior Δ₀. Um maior Δ₀ faz com que o complexo seja mais estável, pois os elétrons do ferro ocupam os orbitais de menor energia, minimizando a repulsão eletrônica. Além disso, a maior separação entre os orbitais d significa que o complexo absorverá luz em comprimentos de onda mais curtos. Geralmente, isso ocorre na região do ultravioleta, e pode parecer incolor ou de cor fraca no espectro visível.

Por outro lado, no complexo [Fe(H₂O)₆]³⁺, onde a água (H₂O) atua como ligante, o campo ligante é relativamente fraco devido à menor eletronegatividade do oxigênio em comparação ao cianeto. Como resultado, a separação dos orbitais d é menor, resultando em um Δ₀ reduzido. Isso torna o complexo menos estável em comparação com [Fe(CN)₆]³⁻, e os elétrons de ferro ocupam orbitais de energia ligeiramente maior. A menor separação dos orbitais d faz com que o complexo absorva luz em comprimentos de onda mais longos, na região visível. O que frequentemente resulta em cores mais intensas, como o verde ou azul-claro.

Em suma, a eletronegatividade dos ligantes afeta diretamente a estabilidade dos complexos de metais de transição e suas propriedades espectroscópicas.

Resposta questão 10

Questões discursivas sobre eletronegatividade 10. O estado de oxidação do átomo pode influenciar significativamente a eletronegatividade de um elemento, que não é uma constante fixa. À medida que o estado de oxidação de um elemento aumenta, a carga nuclear efetiva também aumenta. O que pode levar a um aumento da eletronegatividade do átomo. À medida que os elétrons são removidos, o núcleo atrai os elétrons restantes com mais força, resultando em uma maior tendência do átomo em atrair elétrons adicionais.

No caso do manganês (Mn), essa variação de eletronegatividade com o estado de oxidação é claramente observada. O íon Mn²⁺ possui um estado de oxidação de +2, o que confere ao manganês uma eletronegatividade relativamente baixa, resultando em uma tendência maior para formar compostos iônicos. O Mn²⁺, por exemplo, é frequentemente encontrado em compostos como o MnO, onde a ligação iônica entre Mn²⁺ e O²⁻ predomina devido à baixa eletronegatividade do manganês nesse estado de oxidação.

Por outro lado, no permanganato (MnO₄⁻), o manganês está no estado de oxidação +7. No estado de alta oxidação, o manganês possui uma eletronegatividade significativamente maior devido ao aumento da carga nuclear efetiva sentida pelos elétrons. Como resultado, o manganês em MnO₄⁻ exibe uma maior tendência para compartilhar elétrons de maneira covalente. Resultando em ligações predominantemente covalentes entre o manganês e os átomos de oxigênio. Além disso, a alta eletronegatividade do manganês nesse estado contribui para a forte capacidade oxidante do íon permanganato.

Portanto, o estado de oxidação de um elemento tem um impacto significativo na sua eletronegatividade e, consequentemente, na natureza das ligações químicas que forma. À medida que o estado de oxidação aumenta, a eletronegatividade do átomo tende a aumentar, favorecendo a formação de ligações covalentes em vez de iônicas.

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